O Memorial Rosacruz tem em sua constituição elementos que existem em diversos templos e monumentos egípcios antigos. A começar pelos dois sóis alados nas posições Leste e Oeste nas cornijas de entrada e saída da construção. Ambos representam Atum, o deus sol do entardecer e são réplicas dos que existem no templo de Karnak e no templo de Kom Ombo. Abaixo, há uma cena onde encontramos, respectivamente, um sol alado, um escaravelho alado e um abutre. O sol alado é cópia fiel que está presente em um artefato fragmentado do Museu Metropolitano de Arte de Nova York, ao passo que o escaravelho e o abutre pertencem ao pórtico do templo de Dendera. O céu estrelado mostra a relação que o egípcio possuía com o mundo celestial, no qual os corpos celestes são espíritos ou divindades. No meio, há uma entrada para a luz solar, baseada nas existentes do templo de Dendera e que permite um alinhamento astronômico uma vez por ano, sempre no dia 12 de dezembro às 12h10. Esse é o momento em que a luz do Sol se alinha com o topo da pirâmide de vidro, réplica do existente no Museu do Louvre, produzindo a hierofania, um termo que indica a “demonstração do sagrado”. Tais alinhamentos eram reproduzidos em diversos locais templários de várias civilizações e têm conotação de renascimento, festividades ou ano novo. Por fim, os hieróglifos ganharam pintura a partir de 2017 baseadas nas existentes na tumba da rainha Nefertari, porém, a forma com que foram projetados é proveniente dos pórticos internos do templo de Karnak, próximo ao Akhmenu de Tothmés III e das partes inferiores dos dintéis baseados nos existentes no templo menor de Khonsu, também em Karnak. Basicamente, trazem os títulos reais e os nomes dos reis que, cronologicamente, correspondem com a IV, a XI, XII, XVII e XVIII Dinastias. O espaço onde há serpentes que cuidam de cartuchos reais foi baseado no templo de Ramsés II, em Abydos, e abriga os nomes dos governantes das dinastias mencionadas.
